sábado, 30 de novembro de 2013

Ser mãe..

Ao me tornar mãe, me dei conta da má filha que sou (sem entrar no mérito de quem está certa ou errada) e na má mãe que me tornei.
Hoje, sei da dor que causei em minha mãe, porque a sinto como mãe.
Não, não significa que deixei de criticá-la, mas passei a compreendê-la e solidarizar.
Esquecemos, pelo menos eu, que são as mães que amam incondicionalmente.
Os filhos, esses apenas amam.




Injusto quando um decide por dois.

Ahhh aquela sexta-feira!
Era para ser como uma sexta qualquer, onde se levanta cedo, vence os prazos, as metas, os obstáculos e se vai para casa se perguntando porque está fazendo isso com sua vida..
Ahhh mas naquela sexta-feira cada minuto era eternidade. Não tinha como se concentrar em nada além da hora marcada.
Aquela em que você marcou para poder olhar nos olhos. Sorrir junto, falar, perder a fala, sentir os pés suar, uma mão esbarrar na outra sem querer, pressentir que ali dá samba e constatar..
E o tempo, padrasto, voa!
e te tira a noite e te joga no colo o amanhecer que te obriga a despedida.
E lá está o novo dia, lhe tirando tudo que a magia da noite têm.
E você se distraí. Você se perde. Você se constrói. E tudo ocupa o lugar da saudade e das incertezas.
A noite não deixou de ser noite, nem tão pouco o dia deixou de ser dia. Mas eu, eu nunca mais serei a mesma.
Mas parece que o problema não é meu é Dele.. Ele que está dizendo para si mesmo que não merece ser tão feliz..
Parece que o problema não sou eu, seria o mesmo com qualquer uma..
Mas parece que sou eu que tenho vivido sem as minhas sexta-feiras..
Injusto quando um decide por dois.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Prisão

Juro! Sinto vontade de me levantar, bater a porta e não mais voltar.
Fecho os olhos e ouço uma voz que diz (e não é o Lulu Santos): "há tanta vida lá fora!"
Mas o que é mesmo que me prende aqui?


sábado, 16 de novembro de 2013

Espelho, espelho meu..

Hoje coloquei um vestido. Fazia tempo que não vestia um. Incrível como baixa estima te faz estranha em seu próprio corpo.
Você não se conforta com o tamanho dos seus braços, dos seus seios, embora as pessoas lhe dizem que está linda. E na sua cabeça vem todas as falas a respeito de você.
Das vezes que lhe disseram: " tens um rosto lindo!" deixando no ar um "porque não se cuida" Que a culpa é sua, pois não faz nada para modificar. Das vezes que lhe disseram, como tem coragem de sair assim. De que você está caída. O que você fez com seu corpo?
Fora as brincadeiras. Montanha, sinônimo de mulher avantajada. Se alguém já sobreviveu a uma noite contigo (por causa do peso)... Somam-se a elas todas as tentativas de você encontrar no espelho o reflexo de quem você gosta e não o que as pessoas esperam ver fisicamente de você.
São poucas e raras as pessoas que te enxergam de verdade. Poucas e raras que lhe deixam em paz.
Claro que não gosto de me sentir apertada nas minhas roupas. Não sei lhes contar as inúmeras vezes que tentei modificar o meu padrão de comportamento.
Transitei pelo supermercado hoje com meu vestidinho florido. Alguns olhares de cobiça. Claro que baixava os olhos, envergonhada e desconfiada. Mas, é triste quando se percebe, nitidamente, que embora tu tente não ser seduzido pelo mercado da "magreza", és assediado por familiares, amores e amigos.
Venho lhes informar que estou em uma nova fase. Não estou cedendo a vocês, estou apenas querendo voltar a olhar no espelho e me curtir, como fazia há uns sete anos atras. Ouvi de uma pessoa que me viu, duas vezes, eu acho. "´És a pessoa mais linda que eu já conheci. Por dentro e por fora".
Certo que ela não me conhece muito.
Mas carinho de vez em quando só faz bem...



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

um Segundo, o teu segundo.

     17:17
     Tudo é muito estranho, mas estranho seria se não o fosse.
     Você já parou para pensar o que representa um segundo da tua vida para si mesmo?
     Quando você passa a caçar o tempo percebe que, esse, escorre por seus dedos e você não se vê, não se sente. É sucumbido pelos segundos, minutos, horas, acontecimentos, não acontecimentos, sentimentos e o que deixou de sentir. Em frações de segundos está o que te atormenta e o que você não quer mais que lá esteja.
      Foi dado a partida. Agora, não tem mais como parar. O que começou como um desafio (de estar lá, no segundo marcado), passou a ser o seu prazer..
      Então, tive a melhor experiência que poderia ter tido comigo mesmo.
     À noite, depois de cochilar no sofá, coloquei para assistir "Serendypity"  traduzido aqui para Estava escrito nas estrelas. Uma comédia romântica de 2011 que levanta o questionamento se acreditamos em Destino.
    O filme sugerido pelo amigo Djalma acaba por me atirar na reflexão sobre esta loucura que é o tempo, pois no jogo proposto por eles, por segundos, eles levam anos no desejo de se reencontrarem, na espera da resposta do Destino.
    Quando termina o filme me pego chorando. Por 35 anos passei procurando algo que esteve todo tempo junto a mim: o amor que sinto por mim mesma.
    Por mais que eu tentasse conter as lágrimas, elas escorriam pela face numa vontade estranha de me acarinhar, me abraçar, me olhar nos olhos e me entregar. Me senti completa.
    A minha vida continua um caos, meus problemas persistem, mas por fim entendi, que o bom mesmo é ocupar-se da vida para não ter tempo de ocupar-se do que poderia ser. Amando o que tiver de ser amado, deixando o que tiver de ser deixado, levando o que quiser ser levado. A vida me disse sim e eu disse sim para ela.
    E pela primeira vez o medo não me faz companhia. Sinto paz. Coloco em prática o que protelei por anos: cuidar de mim.
    Você me perguntaria então se é simples assim. Eu te responderia: Absolutamente!
    Existem coisas que por mais que estejam na sua frente, você só se vê, só se escuta, quando estiver pronta.
    A felicidade está a tua espera. Não perca a fé. O amor vai te encontrar.



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Me perdendo..

Tenho pensado em você: todos os dias. E tenho tentado ser feliz.
Quando acordo, olho o celular: decepção, nem uma palavra!
Suspiro. Jogo longe as cobertas.
Compreendo o teu silêncio, mas não posso evitar: machuca!

Tomo o café quente e penso vagamente no que fazer para salvar meu dia. Há tanta coisa prática me chamando. Por que insisto em te fazer urgente?

No caminho para o trabalho avisto na subida, paralelo ao vasto campo, duas corujas. Queria tanto que as visse.
O sol brilha no meu rosto.
No rádio, toca aquela canção: sorrio.
Te acolho para perto. Aumento o som: sorrio, sua alma tira a minha para dançar.

Tenho tentado me manter ocupada para te deixar em paz, para que você se ocupe de você e encontre a sua paz.

Ao findar o dia, meu coração, ainda pulsa em esperança. Vejo a nossa fotografia. Pronuncio: saudades.

Tão longe e tão perto. A impressão que tenho é que sempre perco o meu Time.
Se não chego antes, chego depois.