Frio para uma manhã de primavera.. mal amanheceu o dia e o sol está lá, atrás daquela horizonte, com seus raios alaranjados, espreguiçando-se, bocejando num desejo compulsivo de despertar...
O ventinho da manhã vem com sua dança nos cumprimentar.. num gesto instintivo, como criança, recolhe-se os braços para dentro da manga do casaco, para que o corpo não fique exposto, apesar das calças curtas que por sorte, fica um pouco resguardada por pêlos não aparados... (para quem gosta de pêlos não aparados) ...
alonga-se o corpo.. respira até esgotar a vida presenteada...
contempla-se a paisagem...
projeta-se o futuro...
fala, fala e fala...
riam, riam, e riam....
sem pés descalços,
aventura-se,
exercita-se..
caminha, caminha, caminha...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Ontem.. Pouco... Eu
Ainda ontem tudo que queria era alguém que fizesse uma canção para mim...
Ainda pouco, dancei a melodia do seu tato...
Canto eu a canção que você me toca.
Ainda ontem tinha tudo sob controle...
Ainda pouco descompassei a respiração...
Caminho eu no escuro, mirando a luz e nada, nada, está fora de perigo.
Ainda ontem minha imaginação era solitária..
Ainda pouco ela fora alimentada...
Morro eu de fome sem a mão que me alimenta.
Ainda pouco, dancei a melodia do seu tato...
Canto eu a canção que você me toca.
Ainda ontem tinha tudo sob controle...
Ainda pouco descompassei a respiração...
Caminho eu no escuro, mirando a luz e nada, nada, está fora de perigo.
Ainda ontem minha imaginação era solitária..
Ainda pouco ela fora alimentada...
Morro eu de fome sem a mão que me alimenta.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Uma dor de cada vez....
Tenho aprendido com o tempo que as decepções nos transformam...
como autodefesa criamos um casco,
com ele,
perdemos a nossa essência...
leveza.
Sofremos...
A decepção revela a pessoa que reflete no espelho.
E a dor de perder quem éramos - que naquele momento não te parece assim tão ruim - .
Sofremos de novo...
Uma dor de cada vez..
Um ciclo para cada um...
Vamos tratar primeiro a decepção..
Para podermos pelo menos voltar a sorrir com olhos apertados ( sorriso verdadeiro)
Depois sim, vamos tratar de arrancar a casca grossa que nos envolvemos..
Uma dor de cada vez...
As paixões podem nos curar,
O amor nos absolver,
E a esperança nos reiventar....
Calma lá.....uma dor de cada vez!
OBS: Dedico esse texto uma pessoa que de longe me acompanha sempre.. e que incondicionalmente me faz rir e eu rindo, a faço rir e nos duas rindo fazemos o mundo rir....
vai passar minha amiga, acredite em mim.... se não passar, vai melhorar!
como autodefesa criamos um casco,
com ele,
perdemos a nossa essência...
leveza.
Sofremos...
A decepção revela a pessoa que reflete no espelho.
E a dor de perder quem éramos - que naquele momento não te parece assim tão ruim - .
Sofremos de novo...
Uma dor de cada vez..
Um ciclo para cada um...
Vamos tratar primeiro a decepção..
Para podermos pelo menos voltar a sorrir com olhos apertados ( sorriso verdadeiro)
Depois sim, vamos tratar de arrancar a casca grossa que nos envolvemos..
Uma dor de cada vez...
As paixões podem nos curar,
O amor nos absolver,
E a esperança nos reiventar....
Calma lá.....uma dor de cada vez!
OBS: Dedico esse texto uma pessoa que de longe me acompanha sempre.. e que incondicionalmente me faz rir e eu rindo, a faço rir e nos duas rindo fazemos o mundo rir....
vai passar minha amiga, acredite em mim.... se não passar, vai melhorar!
sábado, 16 de outubro de 2010
Tempo
Andy Warhol:
"Sempre dizem que o tempo muda as coisas, mas quem tem de mudá-las é você"
"Já que as pessoas vivem cada vez mais, elas tem de aprender a ser criança por mais tempo"
Partida
Eu vou..
vou antes que seja tarde,
antes que você me coloque de lado,
vou te colocar para fora..
Sem você por perto não há chances,
não há perigo do corte da navalha,
o sangramento e da ferida...
Antes que você fique essencial - para meus olhos, para meu riso, para meu pulsar -
Eu vou...
vou te colocar para fora...
vou antes que seja tarde,
antes que você me coloque de lado,
vou te colocar para fora..
Sem você por perto não há chances,
não há perigo do corte da navalha,
o sangramento e da ferida...
Antes que você fique essencial - para meus olhos, para meu riso, para meu pulsar -
Eu vou...
vou te colocar para fora...
Amor...
... Ele por mim
e eu por ele na vida.
Ele me disse, me jurou por toda a vida.
E assim que eu o vejo.
Eu sinto dentro de mim o coração bater ....
(Piaf)
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Quem Eu Nasci Para Ser?
Eu cometo tantos, tantos erros... mas os comento na tentativa de acertar...
quando eu vejo o sol lá fora, tudo que me pergunto é... porque não?
Me doi ver que existam amores que destroem, que machucam ,que te rouba...
não se pode ser livre sem amor.. e só há amor se houver liberdade..
quem trai, quem não se importa, quem manipula, não ama... apenas não quer perder o controle...
não se pode ficar nos dois lados e não se pode revelar verdades quando não a quer em sua vida..
as respostas estão todas lá.. e hoje ouvi uma música que diz:
Quem Eu Nasci Para Ser
Quando eu era criança
Eu podia ver o vento nas árvores
E ouvi uma música na brisa
Ele estava lá, cantando o meu nome
Mas eu não sou uma menina
Eu conheci o sabor da derrota
E eu finalmente cresci para acreditar
Ele veio ao redor de todos novamente
E embora eu não
Saiba as respostas
Finalmente posso dizer que estou livre
E se as perguntas
Levaram-me até aqui, então
Eu sou quem eu nasci para ser
E por isso aqui estou eu
De braços abertos e pronto para estar
Eu tenho o mundo em minhas mãos
E parece que a minha vez de voar
E embora eu não
Saiba as respostas
Finalmente posso dizer que estou livre
E se as perguntas
levaram-me até aqui, então
Eu sou quem eu nasci para ser
Quando eu era criança
Havia flores que floresceram no meio da noite
Sem medo de precisar de luz
Sem vergonha enfrentaram o escuro
E embora eu não
Saiba as respostas
Finalmente posso dizer que estou livre
E se as perguntas
Levaram-me até aqui, então
Eu sou quem eu nasci para ser
Eu sou quem eu nasci para ser
Eu sou quem eu nasci para ser
Diz os astros:
" Uma porta que se abre, alguém entra e traz o vento.
O vento mexe as cortinas, traz a luz, revela objetos e sujeitos que você considerava perdidos e que nunca haviam saído de seus lugares.
Você andava muito ocupado, compreende-se.
Mas agora acabaram as justificativas, os adiamentos... "
Então.. é verdade? o Sol nasce para todos, só não sabe quem não quer?
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Trechos - Lygia Fagundes Telles. As meninas
"Olhos Nus. Em verdade eu vos digo que chegará o dia em que a nudez dos olhos será mais excitante do que a do sexo".
"O homem do pêssego:
Assisti de uma esquina enquanto tomava um copo de leite: um homem completamente banal com um pêssego na mão. Fiquei olhando o pêssego maduro que ele rodava e apalpava entre os dedos, fechando um pouco os olhos como se quisesses decorar-lhe o contorno. Tinha traços duros e a barba por fazer acentuava seus vinco como riscos de carvão mas toda a dureza se diluía quando cheirava o pêssego. Fiquei fascinada. Alisou a penugem da casca com os lábios e com os lábios ainda foi percorrendo toda sua superfície como fizera com as pontas dos dedos. As narinas dilatadas, os olhos estrábicos. Eu queria que tudo acabasse de uma vez, mas ele parecia não ter nenhuma pressa: com raiva quase, esfregou o pêssego no queixo enquanto com a ponta da língua, rodando-o nos dedos, procurou o bico. Achou? Eu estava encarapitada no balcão do café mas via como um telescópio: achou o bico rosado e começou a acariciá-lo com a ponta da língua num movimento circular, intenso. Pude ver que a ponta da língua era do mesmo tom rosado do bico de pêssego, pude ver que passou a lambe-lo com uma expressão que já era sofrimento. Quando abriu o bocão e deu o bote, que fez espirrar longe o sumo, quase engasguei no meu leite. Ainda me contraio inteira quando lembro, oh Lorena Vez Leme, não tem vergonha?"
"Astronauta também sentia sono quando eu ascendia um incenso. E se espreguiçava como eu me espreguiço, foi com ele que aprendi a me espreguiçar. Gato à-toa, por onde anda hein? Dava aula diárias de preguiça e luxúria, mas nunca repetia os movimentos, todo o bailarino devia ter um gato. A astúcia. Ao mesmo tempo o abandono. O desprezo pelas coisas realmente desprezíveis. E aquele calculo e fixação" .
"O homem do pêssego:
Assisti de uma esquina enquanto tomava um copo de leite: um homem completamente banal com um pêssego na mão. Fiquei olhando o pêssego maduro que ele rodava e apalpava entre os dedos, fechando um pouco os olhos como se quisesses decorar-lhe o contorno. Tinha traços duros e a barba por fazer acentuava seus vinco como riscos de carvão mas toda a dureza se diluía quando cheirava o pêssego. Fiquei fascinada. Alisou a penugem da casca com os lábios e com os lábios ainda foi percorrendo toda sua superfície como fizera com as pontas dos dedos. As narinas dilatadas, os olhos estrábicos. Eu queria que tudo acabasse de uma vez, mas ele parecia não ter nenhuma pressa: com raiva quase, esfregou o pêssego no queixo enquanto com a ponta da língua, rodando-o nos dedos, procurou o bico. Achou? Eu estava encarapitada no balcão do café mas via como um telescópio: achou o bico rosado e começou a acariciá-lo com a ponta da língua num movimento circular, intenso. Pude ver que a ponta da língua era do mesmo tom rosado do bico de pêssego, pude ver que passou a lambe-lo com uma expressão que já era sofrimento. Quando abriu o bocão e deu o bote, que fez espirrar longe o sumo, quase engasguei no meu leite. Ainda me contraio inteira quando lembro, oh Lorena Vez Leme, não tem vergonha?"
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