... A primeira vez que vi pessoalmente Cris (nome substituído para preservar meu amigo) foi no @ café.. era verão escaldante... eu estava sentada na minha bancada de cabeça baixa preenchendo um currículo Lattes, minha irmã queria fazer um mestrado e eu estava ajudando. Então, ouço aquela porta, fechada pelo ar condicionado, abrir-se abruptamente e uma voz de trovão ecoando pelas paredes branca com vermelho do meu ambiente, dizendo algo como: “então é aqui que se esconde a garota @café”!?
Perdi o ar, que tive de resgatá-lo urgentemente, antes que ele tivesse a certeza que meus pensamentos deduziram que eu havia encontrado o homem da minha vida.. (tolinha!!! há tantos outros fatores somados a primeira impressão, enfim...)
Vertigem e alegria... meus lábios se abriram em um largo sorriso, meus braços se abriram na colhida de um doce abraço.
Tenho para mim que a primeira impressão é a que fica. Cris vestia uma camisa branca, jeans com sapato, e seu complemento, óculos rayban (eu acho), um charme estonteante. Alto (eu sou baixa), costas largas, voz firme, desses que faz todos pararem de falar quando se anuncia, olhar atento, cheiroso, sorridente, atencioso. Foi até meu filho, que passa o tempo aqui comigo, e o cumprimentou, registrou suas impressões, me pediu um café e sentou-se..
Enquanto eu preparava seu café passado, ele falava e eu fingia escutar, pois naquele momento, tudo que eu ouvia era a minha voz me dizendo: para de tremer, para de tremer, para de tremer, para de tremer...
Lhe servi o café, peguei a minha xícara para acompanhá-lo e sentei a sua frente e meus olhos o fitavam, encantadamente: que tragédia!
Eu, estava com o cabelo, lambido e preso, pois, inventei no último corte exigir da minha cabeleireira que repicasse os meus cabelos. Sou da teoria que cabelos crescem, e gosto de arriscá-los. No máximo, passar um tempo de patinho feio... não perderia o casamento. Mas, naquele momento, pelo menos naquele, o ideal seria não ter arriscado.
Somado a isso, a manicure estava de férias, mãos e pés por fazer, sandália rasterinha nos pés, roupa de andar todos os dias, e nem um grão de maquiagem nesse rosto trintona: era o fim da várzea! Eu não conseguia relaxar. Ele tentava pegar a minha mão eu a tomava, entre um discurso e outro, eu esticava as pernas, lembrava dos meus pés: os encolhia de volta. E para somar a tudo isso, de todos os assuntos superficiais que rondamos, só me lembrava do trágico assunto de cocô... rs.. Ele me perguntou sobre meu filho menor, e como eu estava passando pelo sufoco do menino não ir aos pés e todos os dramas decorrentes, paramos no assunto cocô... era as trevas como diria a personagem adolescente de alguma novela.
Quando ele saiu, fiquei horas e horas tentando me recompor.. meu corpo todo tremia, me sentia caindo de um prédio de 80 andares... (isso é bem alto né?)...
Daquele dia em diante prometi para mim mesmo que nunca mais iria trabalhar sem me arrumar. Pó e rímel são os melhores amigos de uma mulher. Continuamos na amizade. Então, houve a possibilidade de uma segunda chance: ele reapareceria.
Eu já havia o desmistificado, mesmo porque ele se encarregou de me atirar no penhasco da realidade, seu carinho por mim era fraterno! Mas poderia me redimir... Bingo!
Os cabelos soltos, mas rebeldemente arrumado... calça social preta, blusinha preta, lenço no pescoço e uma sandalinha de saltinho baixo e maquiagem. A as unhas? Não recordo, deviam estar em ordem, pois elas não me preocupavam. Adentra-me aquela voz de trovão com mais dois colegas. Sabe lá Deus sua frase de entrada. Fui ao seu cumprimento num carinhoso abraço (que homem cheiroso), aquele blazer macio e deslizante da cor azul.. azul marinho. Acolhi seus colegas, ouvi seus pedidos e fui ao meu recinto lhes preparar o café. Legitimo leonino conduziu a todos.
Merda! eu dizia a mim mesmo. Como vou lhes servir tremendo? Naquele momento eram 3 pares de olhos a me observar: 'para de tremer, para de tremer, para de tremer’.. respirei fundo e fui... não sabia como me portar.. sentava com eles ou não? Fiquei em pé, ao lado da mesa, enquanto trocávamos informações, voltei ao meu balcão.
O breve café foi tomado e o tempo corrido, os convida para partirem. Via nos olhos dele que a impressão era outra, e meu contentamento também. E a promessa de 'vamos nos falar com mais tempo', ficou na gentileza do quero saber mais de você, passar mais tempo com você...
O tempo passa a fila anda, e tudo vira recordação. Continuo perdidamente apaixonada por ele: a paixão real de que se tem por um alguém , sabendo que esse não é para ti. Apenas um amigo, um lindo e carinhoso amigo que coloca sempre a minha alma pra dançar sempre que nos falamos....
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