segunda-feira, 27 de setembro de 2010

.. E a vida continua

Pessoas agitadas... era o prenúncio da chuva chegando.
O sol se fora, o frio chegara, e os primeiros pingos caiam. 


Agora era a disputa sob as marquises da Rua da Praia. Alguns arriscavam e corriam, desviando dos demais transeuntes e driblando, no imaginário, os pingos de chuva. 


O dia começara abafado e eu saira pronto para um dia quente, camiseta, calça jeans, tênis e a mochila guerreira. Minha preocupação era cumprir a programação feita no dia anterior: ir a consulta no oftalmologista, pesquisar o preço do cd de Fito Paez, comprar o livro da Anne Rice e pagar contas pelo centro da cidade. 


Exceto pela consulta médica, o resto parecia estar fazendo água. No meio do caminho havia a Galeria Chaves... Entrei!


Vislumbrei lojas de cd, onde acabei esquecendo o do Fito Paez ante a visão de várias opções musicais. 
Nada comprei e minha atenção voltou-se ao perfume de café no ambiente. 


Como em um desenho animado, fui conduzido até uma cafeteria por aquele convidativo aroma. Adentrei, acomodei-me e pedi um capuccino. 


Observei o barista tirá-lo e rapidamente servi-lo, trazido até mim por uma simpática e sorridente moça. 


Fitei a taça de café e ao lançar meu olhar pelo ambiente, lembrei dos cafés em Buenos Aires, com seus habitues lendo livros, periódicos vespertinos ou aguardando "sus medias lunas". 


Pareceram-me segundos... foram minutos. 


A atendente que me observava comentou:-Vai esfriar! (referindo-se ao capuccino). 
Sorri e saboreei o café junto com minhas lembranças. 


Terminei o ritual ali iniciado, paguei e deixando uma boa gorjeta, retirei-me. 


Saí decidido a desafiar a intempérie que se interpunha entre mim e meu objetivo. Cheguei molhado até uma livraria na Rua Riachuelo onde adquiri meu livro. Ao retornar a via pública, já não chovia, eu estava quase seco e um arco-íris saudava minha vitória. 


Ah! as contas... estas não são sutis, estão aí e amanhã se apresentam acompanhadas de juros... e a vida continua..




Um cliente.. hoje, um amigo. 


Renato... como você não intitulou seu escrito.. eu o nomeei... obrigada pela confiança! 

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