quarta-feira, 24 de março de 2010

Quase...

O que nos move? 
São os nossos desejos ou somos nós que movemos os nossos desejos? 
O que desperta nosso instinto, esse que nos faz ficar, o mesmo que nos faz partir? 
Porque falamos o tempo todo para vivermos como se não houvesse amanhã se cravamos as unhas na terra, com todas as nossas forças, para que não sejamos apanhados pelos nossos impulsos e conseqüentemente tenhamos que nos deparar declarando amores, desistindo de empregos, mandando as favas quem te apurrinha a tanto, tanto, tanto tempo... arriscando todas suas economias em um novo empreendimento, liberando seu filho se entupir de bobagens,  tomando banho de chuva como criança, dançando como louco, cantando como um surdo...afinal temos medo do que se a vida é toda incerteza? 
Então, lembrei de um poema lindo de Luiz Fernando  Veríssimo que se chama Quase e que diz: 


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga; 
quem quase passou, ainda estuda;
quem quase morreu está vivo;
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. 
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. 
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige, nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis: tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. (ouviram?! leram?!)
Desconfie do destino e acredite em você. 
Gaste mais horas realizando que sonhando;
fazendo que planejando;
vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, 
quem quase vive já morreu.
                                                       "Um brinde meus queridos, um brinde ao delicioso prazer 
                                                                                                     que é viver."









terça-feira, 16 de março de 2010

Confissão


Confesso que por muitas vezes essa cara de garota levada, sorriso fácil, astral do bem se desfaz..quando a semana já está pela metade, os dias foram muito extensos e as noites muito curtas; quando a luta parece interminável, quando os resultados parecem insignificantes; quando o retorno imperceptível, essa menina, confesso, se sente derrotada.
Quando o fôlego desaparece, nem a música alta te convida a arrastar os móveis, pegar os filhos pelas mãos e convidá-los para dançar.. porque a louça está na pia por lavar, o lixo a ser retirado, a roupa recolhida, dobrada, separada; o banho por dar, mandar, tomar; os remédios aplicar, mandar, tomar; o dia preparado para o próximo começar e quando você pensa que vai conseguir se atirar e descansar, lembra, falta os gatos, cachorros, os dentes, o leite...
confesso que o banho vira  fuga para se olhar no espelho e confessar: estou exausta! e sozinha.
Você hoje não quer saber as dores do mundo, suas problemáticas, seus desafios... seu cansaço, suas escolhas e seus resultados lhe põe a chorar.. num choro mudo para que ninguém desconfie que você vacila, sente medo, cansaço, solidão...
confesso que minhas escolhas não é  fácil... confesso!

sábado, 6 de março de 2010

Castelo @ café

Conheci uma pessoa a bem pouco tempo atrás, que, conheceu o @ Café, e lhe perguntei o que achou do meu mundo, então... ou alguém lhe conto quem eu sou, ou ele lê pessoas como ninguém... Ele diz que assim como eu, também me receberiria com sorrisos e braços abertos e que pessoalmente sou risonha e com um q de sonhadora, de alguém que espera o amor abrir a porta a qualquer momento...
Percebi que o tempo passou, durante ele, fiz tantas escolhas erradas, mesmo quando deixava de escolher...senti tantas dores do rancor e magicamente a vida não me transformou numa pessoa amarga, os meus sonhos estão ainda todos aqui, exalando para quem quiser sentir... são esses sonhos que fazem meu sorriso fácil e sincero, que faz com que eu tente, todos os dias, fazer diferença na vida das pessoas, as tratando como eu gostaria de ser tratada, as ouvindo, lhes desejando o bem ...
Não pretendo ser melhor nem pior que ninguém... mas, fazer o melhor sempre... transformei o @café em meu castelo e numa nova família, com todas suas alegrias e tristezas e estando lá tenho me redescoberto e me reiventando... me sinto tão feliz toda vez que percebo em mim uma nova força e essa mesma força que tendo demonstrar a cada pessoa que me diz não saber quem é...
Meu amigo tem razão... mesmo porque me ensinaram que acreditar realiza... eu só não espero o amor entrar por aquela porta como sei que realmente ele vai entrar... 








PS: todos nos somos amor, mas não deixamos de ser instinto.. a loba existe, mas é domesticada..rs

terça-feira, 2 de março de 2010

Perpetuar


Bê, meu filho de 3 anos, me contou essa história quando voltamos do shoping:



Lobo mal roubou as maças da bruxa para fazer papa para a vovó.


Vovó perguntava para o lobo: Tá pronto a comida seu lobo?


e o lobo dizia: NÃOOOOOOOOOOOOOO!


Tá pronto agora seu lobo? Nãoooooooooooooooooo! 


então apareceu um fantasma e o lobo ficou com medo.


A bruxa veio e salvou o lobo. 


O lobo grato devolveu as maças ... e a vovó ficou sem comida. 


Então eu pergunei: Mas, a vovó não comeu nada?! 


E o pequeno Bê respondeu:  Não!

 O lobo comeu a vovó!


risos...rimos muito...amei a história, aliás, amo tudo isso.